Os cristãos precisam lutar contra as paixões da carne
Você pode se perguntar: “Que diferença faz ser cristão?”. O cristão é cheio do Espírito Santo, por isso ele é diferente das outras pessoas; e só poderia ser assim. O cristão não é mais deste mundo, não porque quer, mas porque Jesus não é deste mundo.
Você, cristão, é destinado a este mundo, enviado como sal, como luz. Você vive neste mundo, mas não é dele, assim como o sal não é massa, assim como a luz não é treva. Você não é deste mundo. E por ser diferente, as pessoas o perseguem como Jesus e os apóstolos foram perseguidos.
Essa é uma diferença. “Que diferença faz ser cristão?” Só aqueles que experimentaram podem saber. Os cristãos não vivem mais na carne, mas no Espírito. E porque vivem no Espírito, as obras da carne vão morrendo, e neles as obras do Espírito vão vivificando. Confira o que diz a Palavra de Deus em Gálatas 5, 16-25 sobre isso.
Entenda o termo carne
Essa é a diferença. O termo “carne” é equivalente à natureza humana. Sua natureza envenenada, corrompida por causa do pecado, que sozinha produz esses frutos narrados no versículo 19 de Gálatas 5: libertinagem, impureza, devassidão, idolatria, magia, ódio, discórdia, ciúme, cólera, rivalidade, facções, inveja, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. É isso que a natureza humana produz, porque foi envenenada, corrompida pelo pecado. O próprio Jesus afirma: “De fato, é do coração que provêm más intenções, homicídios, adultérios, devassidão, roubos, falsos testemunhos, injúrias” (Mt 15,19). É do coração do homem que provém tudo isso.
Por essa razão, você tem de se convencer que sua natureza humana foi corrompida pelo pecado. Ela, por si só, produz esses frutos. É por isso que a Palavra de Deus lhe diz: “(…) andai sob o impulso do Espírito e não façais mais o que a carne deseja. Pois a carne, em seus desejos, opõe-se ao Espírito e o Espírito à carne; entre eles há antagonismo; por isso não fazeis o que quereis” (Gálatas 5,16-17).
Cuidado com a ociosidade
Não se pode deixar a natureza humana livre, fazendo o que quer. Atente-se para esta comparação: não é verdade que, num terreno, é muito fácil crescer mato? Você tem de lidar muito para acabar com essas ervas daninhas, para que possa fazer um canteiro e plantar verduras que lhe sejam úteis. O mato, porém, nem é necessário ser plantado. Se não se tomar cuidado, ele cresce no meio das hortaliças que você plantou e acaba por sufocá-las. O mesmo acontece com nossa natureza humana. Livre, ela é como o mato. Por essa razão, precisamos crucificar nossa carne com suas paixões e seus desejos. Há muitos cristãos que pensam que isso é exagero, é trucidar-se.
Repare no versículo 24 de Gálatas: “Os que pertencem o Cristo crucificaram a carne com suas paixões e desejos”.
Como vencer os impulsos da paixão?
Se você não pegar a “enxada” hoje, amanhã e depois de amanhã, para cortar o ‘mato’ de sua vida, ele vai crescer e todos os frutos da carne vão florescer em você: libertinagem, impureza, devassidão, idolatria, magia, ódios, discórdia, ciúme, cólera, rivalidades, dissensões, facções, inveja, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Por isso, a vida cristã é um contínuo combate. Não apenas um combate exterior, mas principalmente interior. É preciso combater nossa natureza humana, não a deixar livre; ao contrário, devemos podá-la e crucificá-la.
Como vencer os impulsos da paixão?
A Palavra de Deus nos diz, no versículo 16, dessa passagem bíblica: “Andai sob impulso do Espírito e não façais mais o que a carne deseja”. Devemos encher-nos do Espírito Santo, permanecer embriagados do Espírito e dar livre curso, livre acesso a Ele, para que produza todos os Seus frutos em nós, os quais estão muito bem expressos no versículo 22: “Mas eis o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benevolência, fé, doçura, domínio de si; contra tais coisas não há lei”.
O fruto do Espírito Santo é a caridade, ou seja, o amor. Deste provêm todos os outros frutos: alegria, paz, paciência, bondade, benevolência (que também se diz delicadeza), fé, doçura (que também se diz mansidão), domínio de si. Quanto mais deixarmos que o Espírito Santo produza os frutos d’Ele em nós, tanto mais os frutos da carne irão desaparecer.
“Os que pertencem a Cristo crucificaram a carne com suas paixões e desejos”. Se você vive pelo Espírito, ande também de acordo com o Espírito. Essa é a diferença. Vale a pena ser cristão!
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova