É claro que a tristeza diz respeito a todos nós. Homens e mulheres, pobres e ricos, velhos e crianças. Todos nós podemos, em algum momento, ser inundados por esse sentimento!
A tristeza é uma dor interna causada pela ausência de algo bom. Quando, por exemplo, uma criança deixa cair seu pirulito, ela imediatamente chora, porque perdeu esse bem. Ou se o namorado termina com a namorada, ela afunda na tristeza por ter perdido esse relacionamento que ela considerava uma coisa boa. E o mesmo diante da doença, da viagem de um ente querido ou, mais grave ainda, da morte.
Antes de continuar, quero deixar uma coisa bem clara: estar triste não é sinônimo de estar deprimido. A depressão traz tristeza, mas não só isso. Na depressão, a autoestima da pessoa está no chão, ela não se emociona com nada, nem pelo próprio fato de superar essa tristeza, e, além disso, não consegue tomar decisões por si mesma de forma constante.
Voltando ao assunto, a primeira coisa a fazer ao lidar com a tristeza é aceitá-la.
Às vezes achamos que não merecemos ficar tristes. Vemos tudo o que temos, o que somos… e achamos que não temos o direito de ficar tristes.
Mas na maioria das vezes não escolhemos os sentimentos, eles simplesmente vêm até nós. E se forem negativos, o primeiro passo para superá-los é aceitar que os tenho.
A segunda coisa é se conhecer.
É muito importante poder descobrir e descrever o que sentimos. Se quando perguntado “Como você está?” você não sabe se explicar, você precisa trabalhar sua introspecção.
E agora sim, estamos preparados para expressar tristeza. Não tenha medo de fazê-lo. Desligar uma emoção não necessariamente fará com que ela desapareça.
Não compartilhar sua tristeza é como deixar um veneno dentro de sua alma que pouco a pouco a consumirá até destruí-la completamente.
Segundo São Tomás de Aquino, existem cinco receitas para superar a tristeza:
1. Faça algo bom e que goste: quando estiver triste, não deixe de se mimar. Tome um chocolate, assista a um filme, faça exercícios, vá a uma festa, anote suas lembranças positivas, etc.
2. Chorando: O próprio Santo Agostinho diz que quando lamentou a morte de seu amigo, apenas em gemidos e lágrimas ele encontrou algum descanso. Chorar não é ruim se a causa que o provoca é grave. Não é um choro descontrolado, mas proporcional à causa da tristeza. Não é o mesmo chorar porque perdi uma partida, do que porque um familiar morreu.
3. Compaixão: Compartilhe sua tristeza com seus amigos. Ela é como um peso que nos esmaga e, por isso, quando sentimos que há outros braços a carregando, seu peso fica mais leve.
Além disso, quando alguém me mostra compaixão, é porque me ama, e isso torna a tristeza mais suportável.
4. Sono e água: Uau, isso é verdade! Quando estamos tristes, um bom banho nos revive. Isso nos ajuda a recuperar a energia. Para ter uma mente mais clara para tomar decisões.
E o sonho, para não falar! Como diz Santo Ambrósio: “O sono restaura os membros fracos ao trabalho, acalma as mentes cansadas e liberta os angustiados de sua tristeza”.
Por isso, um pouco de água e algumas boas horas para descansar também podem ser um remédio que ajuda a atenuar a tristeza.
5. O encontro com Deus na oração: não há ninguém que nos compreenda melhor do que Deus. E é por isso que o melhor remédio será sempre o encontro com Ele.
Vá ao Sacrário, peça explicações – sim, vale a pena fazê-lo – não como quem exige, mas como um filho que não entende. Conte a Ele suas tristezas e abra os ouvidos do seu coração para ouvir o que Ele quer lhe dizer.