Nesse quarto domingo do mês de agosto, dentro da perspectiva do mês vocacional, recordamos a vocação dos catequistas e vários ministérios e serviços na comunidade. A Igreja necessita de pessoas dispostas a cooperar nos diversos serviços e ministérios em nossas comunidades. Toda vocação é um chamado de Deus, por isso, devemos rezar pelas vocações não somente no mês de agosto, mas durante todo o ano.
A comunidade precisa de pessoas para animar as missas no ministério de música, precisa de pessoas para proclamar a Palavra durante as missas, ministros extraordinários da Comunhão Eucarística, para ajudar na distribuição da comunhão na missa e aos idosos e enfermos em suas casas e hospitais. Enfim, são vários os serviços e ministérios nas comunidades que o cristão leigo pode ajudar e servir no interno da igreja. No último domingo do ano litúrgico, Solenidade de Cristo Rei, celebraremos o dia do cristão leigo como presença no mundo, sua grande vocação.
O católico não pode simplesmente ir à missa e voltar para casa, mas é chamado a ajudar a igreja a acontecer em sua comunidade. O padre não consegue fazer tudo, precisa de pessoas dispostas que o ajudem. Se você ainda não ajuda em nenhuma pastoral de sua comunidade, peça ao Espírito Santo que lhe mostre em que você pode ajudar, procure o seu pároco e converse com ele sobre o desejo de ajudar na comunidade. Com certeza, o padre não lhe fechará a porta, mas pelo contrário, lhe acolherá com alegria.
O Documento de Aparecida (2007) diz que todo batizado é discípulo e missionário de Jesus. O discípulo é testemunha do mestre e deve continuar a sua missão e ensinar tudo aquilo que Ele deixou para nós, aos outros membros da comunidade. Por isso, sejamos discípulos e missionários de Jesus e continuemos em nossas comunidades a missão que Ele deixou. Lembremos, ainda, que Cristo é a cabeça da Igreja e nós somos os membros, estamos ligados a Ele, dessa forma, como membros dessa Igreja, devemos faze-la acontecer no dia a dia.
Recordemos da parábola dos talentos (Mt 25,14-30). Podemos entender como talentos os diversos ministérios e serviços em nossas comunidades e, consequentemente, as vocações. Não podemos enterrar os talentos na terra, mas colocar à disposição da comunidade os talentos que temos. Dessa maneira, Deus se alegrará conosco e transmitiremos essa alegria à comunidade. As outras pessoas da comunidade podem seguir o exemplo e quererem ajudar, também.
Durante a pandemia da covid-19, infelizmente, algumas paróquias perderam membros das pastorais, seja por morte, ou que se mudaram para o interior ou outro estado, ou ainda pessoas que não voltaram por medo da pandemia. Por isso, algumas paróquias estão desfalcadas de pessoas para ajudar nas pastorais. Observe se em sua comunidade estão faltando membros e coloque-se à disposição para ajudar. O anúncio do Evangelho não pode parar e a Igreja tem que sempre estar em constante renovação.
A missão dos leigos é muito importante na Igreja, por isso, no dia de hoje, recorda-se os diversos ministérios e serviços e a vocação dos catequistas e, no dia de Cristo Rei, último domingo do ano litúrgico, celebra-se o Dia do Leigo. Em paróquias mais distantes, com muitas comunidades e que o acesso do padre é mais difícil, os ministros leigos realizam a celebração da Palavra e visitam as pessoas em casa, e o padre consegue ir uma vez no mês ou até mais raramente. A Igreja é bela graças aos diversos ministérios e serviços que a compõe.
Dentre os diversos ministérios e serviços que temos na Igreja, destacam-se hoje os ministérios dos catequistas. Os catequistas são o “braço direito” do padre nas comunidades, pois os catequistas são a voz do padre na catequese e com as famílias dos catequizandos. O primeiro catequista da comunidade é o padre, mas devido aos diversos afazeres o padre não consegue estar nas turmas de catequese, então os catequistas falam em nome do padre na catequese. Por isso, é importante ter sempre o encontro do padre com os catequistas, para alinhar os encontros e sempre falarem a mesma língua. Importante, também, o padre escolher os catequistas, ou quem escolheu conversar com o padre e apresentar a pessoa.
Nesse domingo dedicado aos catequistas, seria importante, além da homenagem que possa ser feita ao final das missas, renovar o compromisso assumido no início do ministério e o padre os enviar novamente para a missão. E o agradecimento ser feito em forma de oração, pedindo a Deus para que eles continuem sempre ensinando com amor e entusiasmo as verdades da fé.
A catequese inicia na preparação para o batismo com a iniciação a vida cristã, passando pelo catecumenato crismal por volta dos 18 anos e permanentemente dura sempre. Quem faz parte da pastoral do batismo, também é catequista, pois ensina os pais e padrinhos como transmitir a fé para as crianças. Depois, têm os catequistas da primeira Eucaristia, que transmitem às crianças o Reino de Deus e os ensinamentos deixados por Jesus. Os catequistas de crisma, que transmitem aos jovens o que é ser Igreja e ensina cada ministério e serviço que existe na comunidade. Ainda, têm os catequistas de adultos, ou seja, pessoas de 18 anos ou mais que ainda não tenham recebido os sacramentos. Catequistas conhecidos como “catequistas do catecumenato”.
Irmãos e irmãs, rezemos nesse Domingo por todos os ministérios e serviços de nossas comunidades e, em especial, por todos os catequistas. Que através do belo trabalho dos catequistas, a Igreja possa sempre se renovar e receber novos fiéis. Que o Espírito Santo ilumine a todos e derrame o seu amor em toda a Igreja. Amém.
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ