Dentro da perspectiva do mês vocacional, no último domingo de agosto, a Igreja apresenta a vocação dos catequistas e no quarto domingo a vocação dos diversos ministérios e serviço na igreja que geralmente os leigos assumem na comunidade. Queremos nesse domingo elevar a Deus uma prece de gratidão a todos os catequistas, pois anunciam de forma voluntária a Palavra de Deus na comunidade. Os catequistas são o braço direito do padre nas comunidades, pois estão onde o sacerdote não pode estar.
O primeiro catequista da comunidade é o pároco, mas devido às diversas funções, o presbítero não pode estar nas turmas de catequese, por isso, o sacerdote delega aos catequistas para anunciar Jesus Cristo às crianças, adolescentes e jovens. Por isso, para ser catequista, tem que ter ciência daquilo que está assumindo, ser catequista é coisa séria e de muita responsabilidade, pois o catequista não fala em nome dele próprio, mas fala em nome da Igreja.
O catequista assume o ministério como uma vocação, ou seja, não é remunerado para isso. Além disso, o catequista não deve se sentir melhor do que os outros por ter o ministério de catequista, mas deve exercer o seu ministério com muita humildade, até porque tudo nessa vida é passageiro, ninguém é catequista para sempre, aquele que é hoje, pode não ser mais amanhã, e aquele que não é hoje, pode ser amanhã.
Todo batizado é chamado por Deus a uma vocação, a assumir algum ministério ou serviço dentro da comunidade. Cabe ao batizado ouvir esse chamado de Deus e responder com o sim. Por meio da vida de oração, o batizado descobre a qual vocação ou serviço que Deus lhe chama. Fazemos parte da Igreja de Cristo, somos os membros dessa Igreja que tem Cristo como cabeça, todo o nosso serviço é para Ele a favor dos outros.
O dia do leigo é celebrado no dia da festa de Cristo Rei, em novembro, mas durante o mês vocacional, recordamos em especial a vocação que cada leigo é chamado a abraçar a partir de seu batismo, em especial a vocação de catequista.
O catequista é muito importante na comunidade, conforme já dissemos, pois acompanha a vida de fé das pessoas desde a infância, com a catequese de batismo, depois com a pré-catequese, catequese infantil, crisma e, ainda, a catequese de adultos.
O catequista é aquela pessoa que deve ser sempre lembrada, pois tem um papel muito importante, anuncia a pessoa de Jesus Cristo para aquele vai ser introduzido na fé.
O Diretório para a Catequese afirma que a vocação do catequista de anunciar o Evangelho não pertence somente a ele em si, mas a toda comunidade, em virtude do batismo recebido, que os associa ao sacerdócio ministerial de Cristo.
Mas Deus chama alguns de uma maneira especial a cooperar com o anúncio do Evangelho, de uma maneira específica, com um maior comprometimento dentro de nossas comunidades. Os catequistas, além colaborarem com o padre e com a comunidade local, cooperam também com os bispos, sucessores dos apóstolos, inclusive, recebem do bispo o ministério para exercer a catequese.
O Diretório afirma ainda que os catequistas podem também ser pessoas ordenadas, religiosos ou leigos. Ser catequista como já dissemos é fruto de um chamado divino, que acolhido com fé, o habilita para transmitir a fé. O catequista que é fiel ao chamado que Deus lhe faz, se torna instrumento de Cristo para a comunidade, levando-os a plena comunhão com Deus e com a comunidade.
Dessa forma, afirma o diretório, o catequista deve estar sempre em união com os sacerdotes e bispos, que são os primeiros responsáveis pela catequese e pelo ministério da Palavra. O catequista é um colaborador na comunidade cristã, e apesar de ser um ministério tão essencial, muitas vezes, faltam pessoas para assumirem tal missão. Por isso, rezemos ao Senhor da messe para que envie operários para a messe e muitos leigos possam dizer o sim a Deus.
Devemos dar oportunidade às pessoas que queiram assumir o ministério de catequista. A comunidade deve acolher aqueles que chegam para somar. A comunidade deve viver a plena comunhão. Nunca podemos dizer que o “grupo” daquela pastoral está fechado, mas sempre deve estar aberto para acolher novos membros.
Qualquer pessoa, pode ser catequista mediante a preparação que existe em cada paróquia, e agora, com o ministério instituído com as várias possibilidades de formação. Ao passar do tempo, essa pessoa deve buscar se formar mais, mas, no início vai acompanhando outros catequistas e se formando pouco a pouco.
No domingo dedicado aos catequistas, seria importante, além da homenagem que possa ser feita ao final das missas, renovar o compromisso assumido no início do ministério e o padre os enviar novamente para a missão. O agradecimento deve ser feito em forma de oração, pedindo a Deus para que eles continuem ensinando com amor e entusiasmo as verdades da fé.
Meus irmãos e irmãs, nesse domingo, lembre-se de seu catequista, daquele que o introduziu na fé. Se o seu catequista ainda é vivo e ainda tem o contato dele, envie uma mensagem ou faça um telefonema, caso já tenha falecido ou não tenha mais o contato dele, eleve a Deus uma prece por ele.
Façamos de nossas comunidades, igrejas vivas e que possam ter pessoas dispostas, alegres e felizes para transmitir os sacramentos a quem precisa.
Rezemos nesse domingo por todos os ministérios e serviços de nossas comunidades e, em especial, por todos os catequistas. Que por meio do belo trabalho dos catequistas, a Igreja possa sempre se renovar e receber novos fiéis. Que o Espírito Santo ilumine a todos e derrame o seu amor em toda a Igreja. Amém.
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ