Zacarias e Isabel. Um casal que ansiava a vinda de um filho. Justos e tementes a Deus, oravam para que este desejo fosse concretizado em suas vidas. Por quê? Isabel, além de estéril, era idosa. Sua idade não mais permitia uma gravidez. Mas eles sabiam que “para Deus nada é impossível”, e tinham a convicção profunda de que “tudo pode ser mudado pela força da oração”.
Exercendo as funções de Sacerdote naquele dia, Zacarias é surpreendido pela visita de Gabriel, que anuncia o milagre. Não acredita; e por causa disso fica mudo até que se cumprissem tudo o que o anjo anunciara.
Algum tempo depois, Isabel concebeu. A estéril. A idosa. Alegrou-se; agradeceu a Deus o milagre, mas… não quis mostrar-se. Recolheu-se numa casa da montanha. Estava envergonhada, não pelo milagre em si, porém pela idade avançada. A barriga crescendo seria causa de riso para as amigas; causa de olhares curiosos; causa de indagações: “como é que pode?” Não possuía mais uma estrutura vigorosa para ver abalados os seus sentimentos. Esconder-se foi a melhor saída. Cinco meses decorreram. Com a chegada de Maria, tudo mudou.
E aqui nós vemos duas atitudes completamente antagônicas. Enquanto – apesar dos riscos, do apedrejamento iminente, dos olhares maliciosos, das palavras de desprezo – Maria se mostra, sem temor e sem reservas, Isabel, livre de quaisquer possibilidades de ataque pessoal e moral, esconde-se, refugia-se, retira-se para o alto da montanha. Enquanto Maria aparece, Isabel foge.
No encontro entre as duas mães, tudo muda. A escondida dá-se à mostra; a refugiada rompe as cadeias; a cativa derruba as muralhas. A presença do Espírito Santo realiza a transfiguração através da presença da Mãe.
João Batista nasce. Tudo é júbilo! Tudo é alegria! Tudo é exultação! Zacarias recobra a voz e canta louvores ao Senhor: “Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou…”
Paz e Luz
Antonio Luiz Macêdo
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Antonio Luiz Macêdo