O título é uma clara e proposital redundância. O verdadeiro amor sempre ama. Passam-se os dias, os meses, os anos, e o amor não se cansa de amar. Se ele se fatiga, não pode ser amor; se termina, não passa de paixão. Mas o amor que é amor não passa, não morre, não finda. Pelo contrário, aprimora-se, amadurece, cria vínculos mais sólidos. Os valores transfiguram-se com o passar dos anos, para promover a transfiguração do amor.
É isto que São Paulo vem nos dizer no seu Hino ao Amor, na primeira Carta aos Coríntios, capítulo treze, versículo sete: “O Amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. Amor transfigurado e transfigurante que tem o poder de renovar o mundo, remover barreiras e demolir estruturas. Amor aprendido e assimilado na escola do Espírito Santo que é, por excelência, “o educador das almas”.
Este versículo é maravilhoso porque nos remete a uma definição definitiva; tudo é tudo. Aqui não existe meio termo, mais ou menos, pode ser… O que está escrito é tudo; então, tudo é tudo.
O Amor tudo desculpa. O outro não tem culpa, é sem culpa. A culpa é minha. Sendo minha, não posso ficar remoendo este sentimento, relembrando, pondo lenha na fogueira. O que tenho que fazer? Perdoar, pedir perdão. É um ato de decisão que tem como fruto a paz interior. O ofendido se beneficia mais do que o ofensor. E o seu coração, antes prisão, transforma-se em albergue para acolher a todos.
O Amor tudo crê. Palavras como: “Não tem mais jeito”; “Eu já fiz de tudo”; “Eu não falei que não adiantava?”; “É perda de tempo”, não podem e nem devem ser pronunciadas por aqueles que amam. Quem ama crê que o impossível acontecerá. Acontece e acontecerá, porquanto o nosso Deus é o Deus do impossível. Quando tudo parecer perdido, sem solução, tendo crido até ao extremo e não vendo o milagre, neste instante derradeiro Ele vem e faz. Nunca perca a Fé. “Seja feito conforme a tua Fé” – diz Jesus.
O Amor tudo espera. Contra toda desesperança é preciso esperar. Esperar pacientemente. O tempo é de Deus, não é nosso. Somos apenas administradores do tempo. É o mesmo Paulo que nos dá uma lição maravilhosa: “Em tudo somos oprimidos, mas não sucumbimos. Vivemos em completa penúria, mas não desesperamos. Somos perseguidos, mas não ficamos desamparados. Somos abatidos, mas não somos destruídos” (2Cor 4,8-9). Quem ama espera, espera, espera… sabendo que Deus cuida. “Acolhe as demoras de Deus!”
O Amor tudo suporta. Muitos de nós pensamos que amar é agüentar, tolerar, aturar… Paulo não nos quer dizer isto. O que ele nos diz, nas entrelinhas, é que mesmo nas dificuldades, nas provações, nas tribulações, quem ama deve ser suporte para o outro. Deve ser a ajuda adequada nestes momentos. Ser suporte compreendendo, incentivando, consolando: nunca condenando.
Quem ama é suporte para os desesperançados, é luz para os vacilantes, é bálsamo para os corações feridos. Enfim, é amor que ama.
(1Cor 13,7)
Paz e Luz
Antonio Luiz Macêdo
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