1º Domingo do Advento: Deus continua vindo, ao encontro de seu povo, que somos todos nós, pois, Sua justiça é eterna e salvífica: fruto do Seu amor por nós. Por isso, pede, também, nossa colaboração, ou seja, conversão e libertação do pecado pessoal e de todas as desigualdades existentes. Ele assumiu a fragilidade e as vicissitudes da história. Tornou-se igual a nós, em tudo, menos no pecado, do qual nos veio salvar. O Homem, desde o início se revoltou, pois não aceita sua finitude, tornando-se agressivo com os irmãos. Deus, contudo, vem ao encontro de todos, pois, a salvação é um processo histórico, ainda inconcluso.
Advento: tempo de preparação ao Natal. Jesus, já, veio, há 2000 anos. Cumpriu com sua missão. Essa realizada, voltou a Seu e nosso Pai. Não fugiu de nós, nem nos abandonou. Mais. Mandou-nos seu Espírito, o Espírito Santo. Deixou-nos Sua Palavra, a Eucaristia, e a Igreja. É claro que na história, existem e continuam existindo muitas injustiças, maldades, doenças, fome, pestes, pandemias: convid19, 20 ou 21… É claro que eu não as desejo, nem tão pouco tenho poder para acabar com as existentes. Reafirmo, porém: o mundo, está na mão de Deus. Ele tudo dirige. Sabemos, que onde há pecado, os homens se afastam da graça de Deus. Brincam com a serpente (Gn3,1). Com o mal, como estamos cansados de constatar.
Não podemos desanimar, nem partir para fugas ou omissões. Temos responsabilidade conosco com os outros, com o mundo em geral, e com a natureza, hoje mais do que nunca. Lembro, por isso, outras preocupações, como o encontro da Escócia (Glasgow), o problema do clima, do efeito estufa, das emissões de gás carbono. Cabe a todos, especialmente, aos cristãos cuidar, primorosamente, da criação de Deus. Não podemos fugir de nossas responsabilidades, pois faze-lo é covardia e não esperteza como alguns podem estar insistindo, em pensar. A espada de Dâmocles paira sobre nossas cabeças. Cuidemos então.
Repito: Advento é tempo de espera, de oração e de conversão. Nosso mundo, sempre, terá problemas, pois onde, impera o pecado e o orgulho, haverá sempre males injustiças e corrupção. Estes, não são castigos de Deus, mas irresponsabilidade nossa. Advento, também, é tempo de oração. O cristianismo é religião dialógica: ouvir Deus e amando-O, falar-lhe. Conviver com respeito e solidariedade. Quem ouve a Deus na vida, lhe fala. Ora. Lê as Escrituras. Procura converter-se. Não foi isso, que Jesus pediu, ao iniciar sua evangelização? (cfLc4.14-30). Na versão de Marcos, lemos: O tempo chegou: convertei-vos (Mc1,15).
Insisto: Advento é tempo de preparação, de esperança e vigilância. Jesus Cristo nasceu de Maria. Ela se preparou, e colaborou com Deus, na execução do plano salvífico. Ele espera, agora, o mesmo de todos nós, para levar o projeto à plenitude. Como, um dia, Ele quis a colaboração de Maria para nascer, quer, hoje, contar conosco, para a inculturação do Evangelho e da Sua cosmovisão na sociedade. Ainda há tempo Usemo-lo melhor.
Como agir então?
Ler mais e melhor a Palavra de Deus. “Esta Epístola seja lida a todos” (1ªTs5,27).
Melhorar nosso espírito de oração. Realizando ou participando da novena do Advento. Jesus retirava-se para o monte, afim de orar (Lc6,12). E nós?
Visitar famílias, como o fez Maria, em relação a Isabel: foi ajudar. Ela partiu às pressas… para uma cidade de Judá e saudou Isabel (Lc1,39-41).
Ir ao encontro de doentes e necessitados cf(Mt25,39).
Trabalhar mais e melhor a conversão pessoal e familiar cf(Mc1,15).
Participar, com mais frequência, da missa, obrigação que foi um tanto esquecida, no tempo da pandemia. Catecismo (Nº1382-1419). Recuperar, portanto, o sentido do domingo (Nº 2177).
Trabalhar melhor nossa conversão e santificação pessoais cf(1ªTs4,3).
+Carmo João Rhoden, Scj
Bispo Emérito de Taubaté-Sp
Presidente da Pró Saúde