A verdadeira visita dos Reis Magos

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A maioria dos cristãos acredita na versão popular errônea a respeito da visita dos Reis Magos. Faz-se necessária uma explicação bíblica suscetível a todos, para que entendam verdadeiramente como e quando ocorreu.

O evangelista Mateus inicia o segundo capítulo do Evangelho dizendo: “Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém.” (Mateus 2,1)

Esses magos não eram reis. Eram “cientistas astrônomos” que viviam observando o céu e o movimento dos astros e estrelas. Residiam no Oriente, distante de Jerusalém  mais de um ano de viagem.

A bíblia não nos deixou o nome destes personagens. A Sagrada Tradição, no entanto – uma das três fontes de revelação da nossa Igreja una, santa, católica e apostólica – guardou os seus nomes: Melchior, Gaspar e Baltazar.

Segundo São Beda – o Venerável, no seu tratado “Excerpta et Colletanea” assim relata: “Melquior  era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus.Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltazar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz“.

 Algo mais profundo tocou os seus corações quando viram “aquela estrela.” Tinha um brilho diferente. Para eles foi um sinal de Deus. Impulsionados pelo sentimento do coração, iniciaram a longa viagem de camelo, pouco depois de Jesus ter nascido.

Chegando a Jerusalém informaram-se onde havia nascido o menino – o Rei dos Judeus. Quando Herodes soube do nascimento de outro rei, recomendou-os que fossem até Belém e ao regressarem, informassem-no para que ele pudesse ir adorá-lo.

Dirigiram-se os Magos até Belém “e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou.” (Mateus 2,9b)

A narrativa prossegue informando que “entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram  E aqui está um ponto muito importante que muitas vezes passamos por cima e não nos detemos para refletir. Repetirei para que fique bem entendido: “Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se  diante dele, o adoraram.”

 O Menino Jesus já não estava no estábulo, mas em casa com Maria. Um impulso do coração por reconhecê-lo como o Verbo Encarnado, o Filho de Deus, fez com que se prostrassem diante do menino e o adorassem. Prestar culto de adoração, somente a Deus. Após esse momento de um significado tão grandioso, “abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra.” Ouro como sinal da REALEZA; incenso como sinal da DIVINDADE; e mirra como sinal da HUMANIDADE de Jesus.

Concluída a visita e avisados por um anjo “voltaram por outro caminho.” Por que não voltaram pelo mesmo? Para que não passassem por Jerusalém e tivessem de comunicar a Herodes.

“Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos abaixo de dois anos, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos.” (Mateus 2,16) Herodes poderia ter mandado matar os meninos menores de um dia, uma semana, um mês, seis meses, um ano… Por que, porém, ele mandou exterminar os menores de dois anos? Era a faixa de idade de Jesus.

Portanto, para que fique esclarecido de uma vez por todas o episódio da visita dos reis magos, lembremos sempre – baseados no Evangelho – que esta visita não foi realizada no dia em que Jesus nasceu; ocorreu quando ele tinha aproximadamente dois anos de idade; e não no estábulo, mas em casa acompanhado de Maria.

Este episódio mostra na sua essência – juntamente com a visita dos pastores – que Jesus veio trazer a Salvação para todos, independentemente de raça e de posição social. Afinal, ” Deus, não faz acepção de pessoas.” (Romanos 2,11)

Paz e Luz

Antonio Luiz Macêdo

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