(Este rito poderá ser feito fora da missa)
O que se segue é uma Celebração já preparada para ser feita fora da missa (cf. RICA nº 103 da introdução e 200-207. E o que se observa nos nº 129-131. Quanto ao nº 203, sobre a mudança do nome, isto é suprimido, não se usa mais).
Cateq.: O nosso encontro de hoje é a Celebração do “Éfeta”, que quer dizer “Abrete”, em que vamos pedir a Deus que abra nossos ouvidos para acolher sua Palavra e solte nossa língua para que possamos pregá-la a todos. O sentido deste rito é que temos necessidade da graça de Deus para ouvir, professar e praticar a Palavra de Deus a fim de alcançar a salvação. Só por nossa força e nossos dons não conseguimos, mas Deus nos dá a graça necessária, Ele nos capacita. Por isso, vamos acolher a graça que Deus vai nos conceder agora de coração bem aberto.
CANTO INICIAL: Deixa a Luz do Céu entrar – n 9
Presidente: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém!
Pres.: A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco!
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
Pres.: Oremos: Pai amado e todo-poderoso, vós quereis restaurar todas as coisas em Cristo e atrais toda a humanidade para ele. Guiai estes irmãos que estão completando a sua iniciação à vida cristã, e concedei que, fiéis à sua vocação, possam integrar-se e participar plenamente no reino de vosso Filho e ser assinalados com o Espírito Santo, o vosso dom. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém!
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO: Buscai Primeiro – n.9
Pres.: Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (Mc 7,31-37).
Todos: Glória a vós, Senhor!
(Preferencialmente proclamar o Evangelho diretamente da Bíblia ou lecionário).
Pres.: “Naquele tempo, Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galiléia, atravessando a região da Decápole. Levaram então a Jesus um homem surdo e que falava com dificuldade, e pediram que Jesus pusesse a mão sobre ele. Jesus se afastou com o homem para longe da multidão;
em seguida pôs os dedos no ouvido do homem, cuspiu e com a sua saliva tocou a língua dele. Depois olhou para o céu, suspirou e disse: ‘Efatá!’, que quer dizer:
‘Abra-se!’ Imediatamente os ouvidos do homem se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade. Jesus recomendou com insistência que não contassem nada a ninguém. No entanto, quanto mais ele recomendava, mais eles pregavam. Estavam muito impressionados e diziam: ‘Jesus faz bem todas as coisas. Faz os surdos ouvirem e os mudos falarem’”. Palavra da salvação!
2 – ACOLHIDA E ORAÇÃO INICIAL:
Acolher os catequizandos e fazer, com eles, pequena memória do encontro anterior. Todos traçam o sinal da cruz e são convidados a rezar a oração pedindo que o Espírito de Deus venha e traga luz para iluminar as mentes e os corações.
Todos: Vinde, Espírito Santo…
A seguir o catequista pede que observem o ambiente preparado para o encontro – deixar que falem – depois, chama a atenção para a beleza, a perfeição e a grandiosidade da obra que Deus criou. Após um curto tempo de contemplação, proclamase a Palavra.
3 – PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:
O capítulo 1 do livro do Gênesis nos conta que Deus criou o mundo e o ser humano.
Vamos agora, pegar nossa Bíblia e ler com calma todo o capítulo primeiro de Gênesis (pausa para leitura).
Gn 1,1-28 – Leitura Orante
4 – CÂNTICO: À Escolha.
5 – APROFUNDAMENTO DO TEMA
O Catecismo da Igreja Católica diz que a catequese sobre a criação reveste-se de uma grande importância. Diz respeito aos próprios fundamentos da vida humana e cristã, porque torna explícita a resposta da fé cristã à questão elementar que os homens de todos os tempos têm vindo a pôr-se: “De onde viemos?” “Para onde vamos?” “Qual a nossa origem?” “Qual o nosso fim?” “Donde vem e para onde vai tudo quanto existe?”
A questão das origens do mundo e do homem têm sido objeto de numerosas investigações científicas que muito enriqueceram os nossos conhecimentos sobre a idade e a dimensão do cosmos, a evolução dos seres vivos, o aparecimento do homem. Tais descobertas convidam-nos, cada vez mais, a admirar a grandeza do Criador e a dar-Lhe graças por todas as suas obras, e pela inteligência e saber que dá aos sábios e investigadores.
Não se trata apenas de saber quando e como surgiu materialmente o cosmos, o mundo, nem quando é que apareceu o homem; mas, sobretudo, de descobrir qual o sentido de tal origem: se foi determinada pelo acaso, por um destino cego ou uma fatalidade anônima, ou, antes, por um Ser transcendente, inteligente e bom, chamado Deus.
A filosofia ensina que não existe efeito sem causa. Isto é, não pode haver um carro sem que alguém o tenha fabricado. Se o homem, com sua inteligência limitada, pode fazer coisas incríveis, tanto mais Deus, em sua infinita sabedoria e poder, pode criar infinitas maravilhas. Nós costumamos ter como milagres somente aqueles fatos extraordinários que saem fora do comum. Mas a ordem do universo é algo maravilhoso como um milagre. Santo Agostinho diz: “Os milagres com que Deus rege o mundo e dirige a Criação inteira ficam tão despercebidos na vida quotidiana que quase ninguém se digna conceder um pouco de atenção às prodigiosas obras de Deus em cada grão de trigo que nasce”.
Diante da beleza e grandeza de todas as coisas que foram criadas, devemos todos os dias contemplar o que Deus nos deu! Temos que aprender a olhar um nascer e por sol, contemplar a beleza das flores, do ar, a grandeza do mar e assim por diante.
O Creio nos mostra Deus Pai todo-poderoso criador do céu e da terra, ou seja, a onipotência de Deus. A Santíssima Trindade é onipotente – tem todo o poder; é onipresente – está presente em todos os lugares; é onisciente – tem todo o conhecimento. Deus tem o poder universal, mas o exerce com amor de Pai e não com a rigidez de um tirano.
Mas, por que será que Deus criou o mundo? Porque quem ama sempre gera a vida.
Assim a criação foi feita para revelar o amor de Deus e para manifestar a sua glória. E a maior glória de Deus é a vida do ser humano. A criação revela também o poder e a sabedoria de Deus que cria do nada, apenas pela força da sua palavra.
Basta analisarmos cada ser para percebermos que só uma inteligência suprema poderia criá-lo. E o mundo que Deus criou não é um caos, uma bagunça, mas é um mundo maravilhosamente ordenado e bom. Basta ver o ritmo da natureza.
O Criador não precisa de nós para ordenar o que criou, no entanto, quer contar com a nossa cooperação e permite que nós também sejamos inteligentes e livres para completar a criação.
No último dia da criação, disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, confome a nossa semelhança” (Gn 1, 6) e terminou seu trabalho com um “toque pessoal”. Deus formou o homem do pó e deu a ele vida, compartilhando de seu próprio fôlego (Gn 2,7).
Assim sendo, a vida humana é sagrada porque vem de Deus. Em nenhum momento a Igreja quer dizer que Deus se parece conosco. Nem pode afirmar que Deus se assemelha a nós. Ele não pode ser comparado a nada e a ninguém. Quem se assemelha somos nós, que precisamos ser comparados.
A imagem de Deus refere-se à parte imaterial do homem. Ela separa o homem do mundo animal; confere ao homem a “administração” daquilo que Deus criou (Gn 1,28) e o capacita a ter comunhão com seu Criador.
Por ter sido criado à imagem e semelhança de Deus o homem tem dignidade de pessoa humana. Somente ele está chamado a participar, pelo conhecimento e pelo amor, na vida de Deus. Distingue-se dos demais seres, pois é dotado de inteligência e racionalidade, que são reflexos da inteligência de Deus. É um ser livre, pode fazer escolhas, inclusive entre o bem e o mal, pois, em seu amor, Deus pede do homem e lhe proporciona resposta livre, amorosa e consciente. Sendo Deus Dono e Senhor, deixou ao homem a tarefa de cuidar da criação. Nisto também se parece o homem com Deus, que lhe fez participar do dom de poder dominar sobre os animais, as plantas, enfim, tudo o que existe.
Criados por Deus em total igualdade, como pessoas humanas, o homem e a mulher, apesar de possuírem diferenças físicas e psicológicas, são “imagem de Deus”. Devem, portanto, agradecer sempre a Deus, que os criou com tanto amor e
continua cuidando de sua criação.
“O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso” (CIC nº 27).
PARA PENSAR
O texto bíblico de Gênesis 1,27-28 fala da criação do homem e como Deus ordenou que fossem fecundos e cuidassem da criação (Releia os versículos citados).
Como tenho me relacionado com os meus semelhantes e com o cosmos?
7.VIVER A PALAVRA
Aplicar a Palavra em sua vida:
Pedindo perdão a quem você feriu, desrespeitou…
Cuidando bem da casa (mundo), que Deus deu para você.
8.ORAÇÃO E BÊNÇÃO FINAL
(O catequista estende as mãos sobre todos, enquanto faz a oração de bênção. Peça que abaixem a cabeça, com essas palavras: “Inclinai para a benção”).
Oração: Que o Senhor abra vosso coração à Sua Palavra. Que ela seja para vós Caminho, Verdade e Vida. Que a luz possa dar sentido e rumo para vossa vida; que nela vós encontreis coragem, esperança e, principalmente, aprendais a amar.
Aumentai a fé desses vossos filhos, para que vivam mais intensamente a vida, que consiste em vos conhecer e a vosso Filho que enviastes. Amém.
Cateq.: Que o Senhor seja a vossa força e a vossa luz.
Todos: Amém.
Cateq.: Ide em paz e que Ele sempre vos acompanhe. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Graças a Deus!